Crítica: “Megalópolis”, de Francis Ford Coppola
Por André Barcinski
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16 comentários em "Crítica: “Megalópolis”, de Francis Ford Coppola"
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Não vi ainda, mas vou ver por pura curiosadade, porque todo mundo que eu conheço que viu, detestou. Cara, o Adam Driver deve ser sobrinho de algum figurão, não tem como… o cara é muito limitado, além do Shia e da Aubrey que também são fraquíssimos. Além do roteiro ruim, a escolha de elenco foi infeliz.
Mas daria um dedo pra tirar uma foto com o Coppola. Nunca entrevistou ele, André?
Nunca, infelizmente.
Minha opinião: na sua pequena lista de diretores que nos decepcionaram no fim da carreira ficou faltando o grande Clint Eastwood e seu “Cry Macho”
Cara, não incluí o Clint porque acho que ele não faz um filme decente há uns 20 anos. Mas poderia entrar sim.
O roteiro é desconjuntado, pula de um lado pra outro sem muita conexão, as atuações são exageradas, mesmo o elenco sendo foda; os efeitos especiais seriam fracos já nos anos 90; a mixagem parece desequilibrada (não acredito que tenha sido a sala), parece que o mixador só lembrou de usar o surround da metade do filme em diante, e a música… bom a música poderia ter ajudado muito o filme, mas o filme acabou atrapalhando muito a música.
O escolhido para assinar a música de “Megalópolis” é o argentino Osvaldo Golijov, compositor erudito que já havia colaborado com Coppola antes, e aqui o “compositor erudito” fica muito evidente já de cara. O domínio da composição desse sujeito é algo realmente impressionante. Ele já estabelece uma diferença clara entre o que se houve nos blockbusters atuais com o que ele faz, que está muito mais para Miklós Rózsa do que para os “Hans Zinzas” de Los Angeles, é Herrmanniano e não Tyleresco, amém!
O primeiro tema, “New Rome” é uma citação clara de “Overture” que Rózsa escreveu para “Ben Hur” e extremamente bem desenvolvido ao longo seus mais de seis minutos. Você ouve Roma, parece que o tema nasceu dos fossos do Coliseu, e essa aura épica, quase bíblica está presente em quase todas as músicas da trilha.
Golijov faz escolhas incríveis e nada óbvias em relação a instrumentação de uma trilha épica, além da óbvia orquestra sinfônica (gravada na Hungria com a Budapest Art Orchestra) tem pandeiro, agogo, vibrafone (não soando como instrumento de orquestra) e sanfona (esse sabe das coisas). No que diz respeito aos estilos, tem música flamenca em “Megalon Team”, tem jazz no estilo cinema noir, e tem “The Catilinarian Conspiracies” que soa como um filho de Vangelis com George Duke tocando hammond acompanhando uma orquestra sinfônica na quadra da Mangueira.
Por fim, acho a trilha incrível enquanto álbum de trilha sonora, porém em contexto ela perde potencial e quase passa batida. Se assim como eu você também assistir “Megalópolis” e sair achando tosco, ouça o álbum. Você vai se surpreender.
Eu tava até pensando em me “desaposentar” e ver no cinema. Fica pra próxima, Francis.
Não faça isso.
Também torcia muito pra que fosse bom, mas pela sua crítica, nem vou gastar meu tempo.
Barça, já viu “Late night with the devil”? Tá no Netflix brasilis. Terror da A24
Não vi. Vale?
Curti demais. Ideia muito boa.
E me fez lembrar do “homem do sapato branco” em alguns momentos. Eu me cagava de medo daquilo pois era muito pequeno.
Megalopolis (Francis Ford Coppola), Ferrari (Michael Mann) e Casa Gucci (Ridley Scott)…três filmes protagonizados pelo Adam Driver. Parte do insucesso dessas produções pode ser creditado à escalação dele, ou é só coincidência mesmo?
Esse cara é um tremendo Mick Jagger: é só aparecer que dá azar pra todos os envolvidos.
O Adam Driver derrubou aquela tese de que “pra fazer sucesso em Hoillywood basta ser bonito e o talento é secundário”. Ele provou que é possível chegar ao estrelato sem ter talento e sendo mais feio que briga por herança.
E como se fosse pouco, ainda juntaram com o Shia LeBeouf. Se juntassem o Cigano Igor com o Vitor Fasano não seria pior.
André, ainda não vi o filme, mas baseando – se no seu texto, eu diria que o Francis Ford Coppola sofra do mesmo mal que seus colegas contemporâneos e igualmente grandes citados por você: A falta de alguém com envergadura moral o suficiente para criticá-los e dizer que até os gênios podem fazer besteiras!!!!
E no caso do Francis é ainda pior, pois o filme saiu totalmente do bolso dele!!!
Não tenho como discordar da sua opinião. Só queria acrescenter que o Shia LeBeouf parece ter assistido Calígula e pensado que Malcolm McDowell estava muito sutil. E a Aubrey Plaza, com aquele jeito sarcástico dela, acaba se salvando, parece não ter levado nada a sério.
Aliás, você assistiu “Emily, A Criminosa” (Prime Video)? Um ótimo filme de crime com ela, tem só 90 minutos, vai direto ao ponto, ótimos atores, ritmo perfeito, daqueles filmes que se esqueceram como fazer. Vale a pena.
A cereja do bolo foi aquela ultima cena: (atenção spoiler) a familia toda reunida no palco de Megalopolis. Profundamente cafona. E’ impossivel acreditar que é o mesmo diretor de “Apocalypse Now”.