O que aconteceu com Ridley Scott, Scorsese e Michael Mann?
Por André Barcinski
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24 comentários em "O que aconteceu com Ridley Scott, Scorsese e Michael Mann?"
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Harvey Weinstein era um desses produtores?
Off: antes que seja cancelado, a pergunta é sobre o cara enquanto produtor.
É um criminoso, mas produziu ótimos filmes.
André, me lembro bastante das suas críticas na Bizz, que era uma das poucas fontes de informação de qualidade sobre música alternativa na época. Mais do que informar, dava bastante risada com muitas delas, não concordava com algumas, mas sempre achei a seção preferida da revista.
Desde então sempre acompanhei críticas de música e cinema como uma forma de entender melhor o contexto por trás de cada obra, de cada autor, além de me fazer atentar a nuances, de como a música foi composta, afinação das guitarras… meio como quando vc vai numa degustação de vinho e o cara fala “percebam o sabor de folhas secas”… por gostar tanto de ler boas críticas, fiquei bem decepcionado com a notícia do Pitchfork ser engolido pela GQ. Acompanho o site desde o começo dos anos 2000 e apesar dele ter virado uma caricatura de si mesmo, ainda era uma fonte de info e conteúdo, concorde ou não com as famosas listas de fim de ano.
Queria ouvir / ler sua opinião sobre o futuro da crítica musical, nessas épocas de algoritmo Spotify e escritores de música sênior sendo demitidos sem aviso! Abs
Tenho escrito bastante sobre o assunto, que me preocupa e entristece. Crítica está acabando, substituída, cada vez mais, por jabazeiros em busca de likes. Muitos críticos mais sérios estão largando a profissão por causa de perseguição de “haters” em rede social. Triste demais.
Sim, é triste porque um bom crítico tem a capacidade de conectar artes distintas: a escrita com o cinema, a música, o teatro, etc. sem isso o que temos é “publi”. É importante ter um “consolidador” como pitchfork ou bizz pq aí vc tem um time discutindo e comparando opiniões, não um bando de influencer cada um na sua casa contando likes… Muitas críticas inclusive oferecem insights sobre a nossa vida, nossa condição humana, e até ganham pulitzers como esse exemplo aqui:
https://www.rogerebert.com/reviews/synecdoche-new-york-2008
Para mim a situação é bem mais triste, apesar de previsível…
O auge criativo deste pessoal, inclua aí também Tarantino, Almodóvar, David Fincher, Wim Wenders, Spielberg, etc, etc, já passou e agora é só ladeira abaixo!
É humanamente impossível um diretor, ou qualquer outro artista, fazer obras primas, ou mesmo bons filmes, sequencialmente até o fim da vida, depois de décadas de carreira. Há a época de glória, que pode durar menos ou mais tempo dependendo do diretor, e depois é só repetição ou acomodação, às vezes as duas coisas ao mesmo tempo.
O motivo dos últimos trabalhos desses diretores serem medianos não é externo, é que o auge criativo deles, por mais que seus fãs não queiram admitir, já se foi há muito tempo.
Pouquíssimos diretores admitem o fim, mesmo quando a saúde deles já não está lá essas coisas, até pela idade! Me parece que para muitos deles morrer sentado na cadeira de diretor durante a direção de um filme seria a glória.
Em sua biografia, Billy Wilder narra as humilhações que passou, sem sucesso, para tentar realizar um último filme, mesmo que debilitado fisicamente. O que me deixou muito triste, porque o cara é um dos maiores diretores da história do cinema. Ou seja, se Scorsese & cia não se retirarem por vontade própria, serão expelidos, independente das obras primas que tenham nas costas!
Dos grandes, o único que me recordo de ter assumido que não tinha mais nada para dizer e que era melhor se retirar foi Ingmar Bergman.
que perdeu a mão.
Vi a série The Offer, no Paramount, e isto que tu falas sobre a importância de um produtor é muito bem exemplificado ali… Impressionante a edição de filmes como Cassino e Os Bons Companheiros, e hoje em dia, o Scorsese parece q
O Eric Roth havia feito uma adaptação do livro contando com o Tom White como protagonista, mas durante a epidemia o Scorsese achou que o foco deveria ser no relacionamento entre o Di Caprio e a Lily Gladstone e refizeram o roteiro. Apesar das mais fortes cenas serem com a tribo dos Osages, ficou um foco excessivo no Di Caprio e suas tramoias e a Lily é pouco aproveitada. Se tivessem mais tempo para desenvolver as cenas com a tribo e a Lily, e diminuir a repetitiva segunda hora do filme, poderia ter sido melhor.
Certeza, até porque o romance deles é difícil acreditar.
André, não vi os três filmes, só o Lua das Flores, que achei mais ou menos!!!
Mas desconfio que o Scorsese, Michael Mann e Ridley Scott são tão grandes dentro do universo do Cinema que ninguém tem coragem de se impôr a eles, qualquer produtor fica minúsculo diante de figuras do tamanho deles, aí junta com os fãs incondicionais que eles tem entre a crítica e o público, que lhes dá salvo-conduto para fazer o que dá na telha, sem dar satisfações à ninguém , o resultado é esse abacaxizeiro que você bem escreveu no penúltimo parágrafo…
Resumindo, acho que é bem por aí.
Comparando, é como o músico (banda) querer também produzir o album. É levado a uma autoindulgência e autoplágio, algo que seria cortado por um produtor de pulso que dissesse que aquilo está uma merda e que deveria recolocar as coisas nos trilhos.
Como um editor faria com o autor de um livro.
Ou um produtor musical durante a gravação de um álbum.
Bom dia, André! Na mesma linha da pergunta acima, eu perdi as suas aulas de roteiro. Tem algum link para que possamos vê-las?
Bruno, bom dia. Tenho sim, deixa eu pedir pro meu editor, assim que ele me passar eu te envio. Me cobra, se demorar, por favor? Abraço.
Aqui estão…
Curso “Introdução ao Roteiro” – aula 1
senha: roteiro1
https://vimeo.com/836154389
– Curso “Introdução ao Roteiro” – aula 2
senha: roteiro2
https://vimeo.com/839098436
Curso “Introdução ao Roteiro” – aula 3
senha: roteiro3
https://vimeo.com/840039823
Muito obrigado!
André, li que Napoleão vai ter uma versão estendida com 4 horas e 10 minutos de duração, e nessa versão é que serão mostrados mais detalhes da vida de Joséphine e da relação dela com Napoleão. O problema é ter paciência pra encarar…
Bom dia André. Ontem na nossa sessão esqueci de falar. Você comentou sobre Kind Hearts and Coronets e o The Ladykillers original . Os dois estarão em um box, Obras Primas da comédia Vol 2 da Versátil que está em pré venda.
Que maravilhosa notícia!
Eu gostei do Assassinos da Lua… mas realmente tive essa impressão que o filme poderia ser melhor editado. O Irlandês sofre do mesmo mal. E nem é o caso do cineasta que edita seu próprio filme, né? Os filmes do Scorsese são montados pela Thelma Schoonmaker há muito tempo. Será que ela perdeu a mão ou não tem tanta autonomia assim?
Mas eles trabalham juntos há 40 anos, pode ter o mesmo efeito, acho.
Bom dia André. Dentro do assunto Cinema, estou no meio do livro do Tarantino e assistindo alguns filmes citados. Vejo o quão importante foram suas aulas de roteiro (princ/ PSchrader) e a discussão de Taxi Driver. Além de seus comentários s/ Peckinpah (Wild Bunch e The getaway)… hoje assistirei Rolling Thunder. Muito obrigado pelas dicas e comentários.