Rock brasileiro dos 80 dominou as paradas: fato ou ficção?
Por André Barcinski
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37 comentários em "Rock brasileiro dos 80 dominou as paradas: fato ou ficção?"
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Pessoal tem uma dificuldade enorme em olhar fora da própria bolha que vive(u) e acha que o mundo gira ao redor do próprio umbigo. “Eu vivi aquilo, tocava pra caramba….” Contra fatos não há argumentos. E isso não é falar mal da obra de ninguém.
A CBS inflou os números, com certeza, coleciono LPs, percorro sebos, e olho catálogo de vendas do Mercado Livre e não encontro discos do RPM com muita frequencia.
Não sei quanto aos números de venda de discos, mas que o rock nacional marcou a cultura popular brasileira dos anos 80 marcou………tenha uma lembrança engraçada sobre isso: minha vó era japonesa e não falava português direito, sempre se enrolava com as palavras, um belo dia vejo ela cantando num cantinho, “inútil, a gente é inútilllll”…inesquecível!!!
Nesse caso me intriga o fato das gravadoras terem investido tanto em bandas de rock. Será que ao menos valeu o investimento?
Outro fator que tb pode ser levado em conta é, mais uma vez, a tecnologia. Assim como no inicio dos 90 o surgimento do CD impulsionou o mercado, nos 80 a cópia de fitas muito comum, como alguém citou aí nos comentários. E quem copiava fita era a garotada mesmo. A tia que comprava Roberto Carlos nem sabia fazer isso e nem cogitava copiar da vizinha.
Eu deixei de comprar muita coisa pra copiar dos amigos da escola e até da rádio.
Sinceramente, o Rock nacional anos 80 era em sua imensa maioria uma música chatíssima.
Teve seu impacto porque tocou muito nas FMs e era o sinônimo da juventude na época, coisa que hoje acontece com ritmos como funk carioca ou sertanejo universiotário.
De resto, com raras exceções, era uma cópia muito mal feita do que rolava lá fora como Police, Smiths, Elton John e etc…
Nada a ver com a matéria, este comentário é só para reverenciar o cara que esteve no lugar e hora certos, em 1991 e viu o grunge explodir.
Sua matéria na revista Bizz de março de 1992 foi antológica, e para mim foi um divisor de águas.
Valeu.
Affe! Até evitei comentar nessa postagem do blog porque é treta fácil.
Barça, e qual década do rock vendeu mais, anos 80 ou 90? Não em comparação com outros gêneros, mas comparando em níveis absolutos entre as décadas mesmo.
Não sei se os dados disponíveis possibilitam essa comparação, e a minha opinião é enviesada pois cresci nos anos 90, mas tenho a impressão de que o rock dos anos 90 vendeu mais do que o rock dos anos 80.
Não sei dizer, até porque os números de venda dos anos 80 são difíceis de mensurar.
Com certeza a década de 80 foi a melhor época do Rock brasileiro eu sou dessa época e sei muito bem essa mídia com certeza não sabe o que fala :-[
Sim, você sabe mais do que as paradas. Certeza.
Por causa dessas viagens que muitas bandas daquele período nada fazem senão revisitar seus clássicos como se fossem verdadeiras pérolas imperdíveis do cancioneiro nacional. Um saco.
Duas mentiras fazem parte do imaginário do Rock Brasileiro dos anos 80. A primeira, muito bem abordada no texto, é a que diz que o rock dominou as paradas. Quem dominou as paradas, de braçada e com as mãos nas costas foi a dupla Sullivan e Massadas.
Mas há uma mentira ainda pior, e repetida exaustivamente – até por jornalistas “especializados”. A de que o Rock Brasileiro começou nos anos 80. Pouco tempo atrás eu li uma matéria que dizia (a sério!) que o rock no brasil começou nos anos 80. Nesse caso, o que eram o Bacamarte, O Terço, Casa das Máquinas, Moto Perpétuo, Made in Brazil, Bixo da Seda, a Bolha, Joelho de Porco, Patrulha do Espaço, etc?
O rock sempre existiu e foi top seu boom foi na década de 80 e 90 mas vem desde os anos 60 com mutantes em 70 Raul o peso secos e molhados e em 80 miquinhos ultraje Rpm titãs barão blitz legião engenheiros e etc tocava muito nas rádios na mtv nas vitrolas os vinis k7s Vhs de shows e programas de tv agora vcs falam que não foi real que piada eu tava lá …
A nossa mídia morre de vergonha de reconhecer os artistas e gêneros realmente populares em décadas passadas. Adota pra si a galera da MPB dos anos 1970 (que também vendia pouco), o BRock dos 1980, a própria Bossa Nova dos anos 1960… todos importantes, claro, mas nenhum real fenômeno de sucesso e vendas.
Acho que o fazem em nome de uma intelectualidade/superioridade, que esses gêneros parecem carregar, mas não raro se esquecem de reconhecer que havia música muuito mais popular… a listagem apresentada no texto fala por si.
Não se lembrarão, por exemplo, de que até a Lambada superou o Rock no final da década de 1980, ou que os Mamonas Assassinas, Sertanejos e Pagodeiros imperaram na década seguinte…
Restarão os esforços pontuais de recuperação das paradas reais, como os do próprio Barça, para restabelecer ao menos um pouco da verdade.
O ao vivo do RPM deve ter encalhado mesmo, tocava todas nas rádios. Me lembro que minha irmã queria o vinil e eu falava “liga o rádio, dá na mesma.
PÔ…1986 não ter o RPM????? que parada furada heim!
Não disse que não tinha o RPM, mas que não tinha o “Ao Vivo” entre o Top 10.
Barça, um pitaco que foge ao tema – mas nem tanto. Outro dia no B3 você comentou que Renato Russo era o melhor letrista do Rock Nacional e citaram Cazuza, Lulu Santos, como letristas do mesmo nível. Cazuza, de fato, tem letras brilhantes, espetaculares, mas comparando em quantidade, nenhum dos dois se equivalem a Renato Russo. No quesito quantitativo, de quantidade de letras espetaculares, Renato Russo ganha essa de braçada. Um abraço
Concordo.
Os anos 80 foram os anos em que o rock em geral conquistou o seu lugar nas rádios e mídias, antes raramente escutava-se rock nas rádios, a não ser em programas dedicados. Jornais e revistas tinham o rock em pauta. Surgiram as rádios rock, os roqueiros tinham onde escutar rock independentemente de comprar um disco. Mas eu acredito que era um movimento urbano, eu viajava muito pelo Brasil e as músicas eram outras nas rádios, tal como é hoje, o novo sertanejo domina. O Brasil é muuuito grande e muuuito diferente em cada região.
Perfeito. Acredito que era muito mais um movimento urbano.
Caetano, Gil Chico, etc estão sempre na mídia mas nunca foram campeões de vendas.
Caetano só vendeu 1milhão quando gravou Peninha
Ah , tá bom !
Quer dizer que os “pais” da música brasileira são Renato Russo , Lulu Santos , Cazuza
( que inclusive disse que Cartola era seu maior ídolo ) e o “pessoal do rock” ( que nem música brasileira é ! )
Então “fica combinado” : Chico , Gil , Caetano , Paulinho da Viola , Ivan Lins , Gonzaguinha , João Bosco , Alceu.Valenca , Belchior , Djavan etc são apenas “coadjuvantes” !
Ah , vai catar coquinho !
Vamos ver daqui a 200 anos quem vai ficar para a eternidade .
Pra quem ouviu o verdadeiro rock dos anos 60-70 como eu , simplesmente o “rock brasileiro” não existe , é um arremedo ( com muito boa vontade ) .
Por favor, sem xingamentos ou brigas aqui. Sem querer ser advogado de ninguém, mas o que o Zeca disse foi que essa geração gloriosa da MPB – Chico, Caetano, Gil – não vendia tantos discos, e isso é verdade. Não vendiam mesmo. Isso não quer dizer que não são historicamente relevantes, claro que são.
Cara, basta apena um pouco de interpretação de texto. Óbvio que esses artistas são mega relevantes pra cultura brasileira, mas nunca chegaram ao sucesso comercial do Roberto Carlos por exemplo, e eles são da mesma geração.
Cartola, Nelson Cavaquinho, Ze Kéti e outros tantos sambistas que são o alicerce desse ritmo não venderam 1% do que vendeu o pagode do Só Pra Contrariar nos anos 90.
Tom Ze só está vivo musicalmente graças ao milagre do David Byrne ter conhecido sua obra e levado aos EUA. Tony Bennet só foi conhecido pela nova geração por ter gravado com a Lady Gaga.
Infelizmente, qualidade artística não significa sinônimo de vendas. Secos e Molhados foi um fenômeno absurdo; a carreira solo do Ney Matogrosso é ultra relevante, mas não tem o mesmo impacto comercial. Ficou claro?
Sempre achei que o termo “paradas de sucesso” estava relacionado a pedidos das músicas nas rádios, as músicas mais pedidas pelo povo…. e não relacionado a vendas em si…. mas mesmo assim, incrível como aqui no Brasil o Rock não vende.
Havia uma parada de mais pedidas em rádio, mas era outra parada.
O Rock brasileiro é uma farsa comercial, Rdpeido sempre certeiro
Barcinski;
Sempre tive a impressão que os discos mais manjados de sebo o são pq venderam muito na época, descartados com o tempo pelos ouvintes. Tanto que disco do Roberto Carlos é vendido praticamente por Kg, de tanta oferta nos sebos…. Até uns 10 anos atrás, mesmo o primeiro do Secos e Molhados, antes do vinil voltar a ser moda, era carne de vaca e muito barato…
Talvez os que estão encalhados em sebo em grande quantidade são pq venderam muito em sua época mas não tem substancia pra ter uma segunda chance fora do seu momento de hit.. tal qual coletâneas de novelas e outros sucessos momentâneos…
Os que eu vejo que são descartes encalhados são essas coleções de banca de jornal da época… muitos ainda lacrados desde o lançamento…
Abs !
Não sei se concordo. Acho que, se um disco existe aos montes em sebos, e continua existindo lá desde os anos 80, é porque foi impresso em grandes quantidades e encalhou. E o disco ao vivo do RPM periga ser o mais facilmente encontrável em sebos.
Não concordo, se o disco ao vivo do RPM tem aos kilos nos sebos, é pq vendeu muito na época e as pessoas jogaram fora ou venderam pros sebos. Os discos mais raros e caros do mercado livre são os que venderam pouco. Se o disco vendeu muito é logico que terá muito mais oferta. Um exemplo são os três últimos discos dos Engenheiros do Hawaii, valem um bom preço no mercado livre, pois venderam pouco na época…100 mil talvez. Legião urbana “As quatro estações” vendeu pra caramba, logo o preço é bem baixo hoje nos sebos,
Um disco encalhar em grandes quantidades não quer dizer, necessariamente, que não vendeu bem. Se a tiragem foi imensa, como certamente foi a do RPM ao vivo, o disco pode ter tido uma boa vendagem e, mesmo assim, aparecer às pencas em sebos.
Bom…
O que eu tenho de experiência de rato de sebos de discos é que os discos “encalhados” são os discos que venderam pra caceta e depois ficaram muito datados… ou eram ruins mesmo, apesar de vender muito em sua época, e não tiveram chance de revival ou virar cult… Pq são dois fatores: vender muito e encalhar … E o fato de encalhar é muito por não despertar interesse fora de sua época… caso do RPM.. Pode ser que a tiragem influencia, mas certamente vendeu muito na sua época e ninguém tem interesse hoje em dia..
Como o Guto mesmo falou acima, disco do legião tb é praticamente vendido por Kg nos sebos… vendeu muito e encalhou no mercado fora da sua geração…
Ao contrário do Secos e Molhados, por exemplo… sempre foi muito fácil achar, principalmente as reimpressões, pq vendeu muito…. Mas é um disco que não encalha em sebo… sai rápido…
Roberto Carlos é outro que vendia pra caceta e encalhou… quem gosta já tem… RC em sebo é usado como peso de porta… muitos exemplares e sem saída… E todo dia tem uma viúva se livrando de disco do RC no Sebo mais próximo… Pra cada 1 que o Sebo vende chegam 5…
Ótimo papo, pessoal !
Xará, podemos considerar “campeões de venda” como sinônimo de “dominar as paradas”? Se sim, seu texto é perfeito! Agora se “dominar as paradas” esta relacionada com o número de audições e aparições em diferentes canais de exibição, tanto rádio como TVs, os caras apareciam muito mais que outros artistas. Tenho 51 e vivi isso muito de perto. Na época, os adolescentes não tinham grana para comprar todos os discos. Então na escola rolava um revezamento. Cada um comprava o de uma banda, que eram gravados em K7 e distribuídos para os outros da turma. Era comum isso e talvez ajude a explicar o volume de vendas não ser significativo.. Mas lembro que a presença desses caras na rádios e programas de tv era extremamente frequente e talvez tenham usado a expressão “dominar as paradas” em razão disso.
Abração.
Acho que venda de disco é o melhor parâmetro para medir a popularidade de um gênero, porque é a única relação direta entre fã e artista. Ter um artista na TV não significa que ele seja popular, já que a escolha de colocá-lo no ar é da emissora. Já um fã que paga seu suado dinheirinho por um disco é, sim, prova inequívoca de popularidade. E não eram só adolescentes que não tinham grana pra comprar discos. Toda a população brasileira tinha dificuldade.
Abraço!
Talvez o ponto seja um pouco diferente. Não que o rock dominasse nada, mas pelo menos tinha uma representação popular muito maior do que hoje. Em programas de auditório, por exemplo, apareciam sempre naquela época. E em rádios populares estavam lado a lado com outros gêneros. Hoje é como se não existisse.
Pois é, apareciam à beça nas TVs e rádios, e mesmo assim, não vendiam tanto.